segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Superação - Final


- É sério?
- Não, é brincadeira, sou uma pessoa muito má e quero enganar você. É claro que é sério, podemos reunir nossas famílias, ambas estão longe de nós não é?
- É verdade. Meus pais vivem em Fortaleza, não os vejo há tempos. Eu aceito sim meu amor, tenho certeza que nossas famílias ficarão felizes com nossa união.
- Também acho.
Os pais de José Maria e Juliana vieram para o noivado e ajudaram os dois nos preparativos do casamento. José Maria fez uma poupança conjunta com Juliana e no fim de um ano tinham dinheiro para fazer uma pequena festa de casamento. José Maria se inscrevia para diversos campeonatos locais de natação para pegar prática. Tinha várias medalhas de prata, bronze e algumas de ouro. As paraolimpíadas estavam próximas e José Maria já estava dando os primeiros passos sozinho. Um dia, em casa, Juliana disse ao marido:
- Amor, você poderia se inscrever nas olimpíadas e não nas paraolimpíadas, afinal, você já está andando.
- Será mesmo? Eu ando sim, mas devagar e posso não dar conta.
- Dará sim, faltam uns seis meses, com mais treino você estará apto.
- Vamos ver.
Os dois moravam de aluguel na Vila Mariana, após o casamento José Maria mudou-se para o apartamento de Juliana porque era maior. Os seis meses passaram rápido e o mundo todo estava alvoroçado com as olimpíadas. José Maria fazia parte da equipe de natação que representaria o Brasil nas olimpíadas em Pequim, na China. O casal viajou para Pequim e ficaria lá até o final das provas de natação. José Maria disputaria a medalha de ouro nos 400 m livres e estava ansioso e preocupado.

- Ju, não consigo ficar tranqüilo.
- Não se preocupe querido, estou torcendo por você.
- A prova final será amanhã às 14h. Tem um chinês e um americano na disputa.
- Eu sei que os americanos estão ganhando muitas medalhas, mas essa vai ser sua.
- Espero.
Foram dormir cedo. No outro dia de manhã, José Maria se reuniu com o treinador e ficou horas a fio dentro da piscina. Duas horas da tarde: tudo pronto. O ginásio estava lotado, via-se o verde e o amarelo por todo lado. Na arquibancada Juliana acenava para o marido na beira da piscina. O árbitro ia dar a largada e os nadadores se posicionaram. Em Xique-Xique Dna. Cândida, Sr. Gonçalo e toda a família de José Maria estava na frente da televisão. O árbitro deu a largada e os três competidores caíram na piscina. A torcida brasileira gritava e Juliana estava apreensiva. O locutor dizia:
- O americano Paul John na raia dois está na frente, mas logo atrás dele está o baiano José Maria na raia um, que está encostando. O chinês Tsuno Nagaia está logo atrás. Parece que José Maria vai ultrapassar o americano! Como é rápido esse rapaz! O americano notou a aproximação, está tentando nadar mais rápido. José Maria está ao lado dele e ultrapassa Paul John! Vai terminar a prova o baiano de Xique-Xique.
Na arquibancada Juliana não se agüentava de aflição. E o locutor continuava:
- José Maria vai conquistar medalha de ouro para o Brasil, medalha que a natação brasileira não conseguiu ganhar nas olimpíadas de Atenas. Ele chegou! É ouro para o Brasil! A melhor marca de tempo, a quarta medalha de ouro brasileira aqui em Pequim.
Juliana pulava de alegria na arquibancada junto com os demais brasileiros e em Xique-Xique a família de José Maria chorava de emoção diante da vitória e superação do filho mais novo. José Maria saiu da piscina e jogou um beijo para a esposa que chorava. O americano Paul John ficou com a medalha de prata seguido de Tsuno Nagaia com a de bronze. José Maria subiu ao pódio feliz e recebeu a medalha que tanto sonhara conseguir.
Após as comemorações da vitória, no hotel, José Maria disse a Juliana:
-Abrirei uma escolinha de natação para deficientes físicos quando voltarmos ao Brasil.
- Ótima idéia meu amor, eu ajudarei. Principalmente agora que teremos companhia.
- Que companhia?
- Estou esperando um filho seu, estou de quatro semanas.
- Meu Deus! Vou ter um filho! É menino ou menina?
- Calma Zé, ainda não dar pra saber, mas acho que é um menino.
- Um menino? Vou ensiná-lo a nadar desde bebezinho. Que emoção, não poderia ser mais feliz!
As olimpíadas acabaram e o Brasil levou quinze medalhas de ouro, vinte e cinco de prata e dez de bronze para casa. O casal voltou ao Brasil e depois de oito meses, nasceu Tiago. José Maria com a ajuda de Juliana e com o dinheiro que recebeu pela vitória, começou sua escola de natação. José doou sua cadeira de rodas para uma instituição de caridade e ficou feliz que o filho tinha nascido sem qualquer deficiência física. Com o rabalho, José Maria adquiriu uma casa e saiu do aluguel. Continuou com os treinos de natação e participou de outras olimpíadas, ganhando outras medalhas.
Alguns anos se passaram e José Maria continuava com sua escola, ajudando àqueles que queriam ser nadadores. Um dia durante uma aula, um de seus alunos aproximou-se dele e disse:
- Professor, quero ser campeão de natação, pode me ajudar?
- Qual é seu nome? Quantos anos têm?
- Chamo-me Arthur e tenho doze anos.
- A idade do meu filho Tiago. Como ficou nessa cadeira?
- Acidente de carro. Perdi o movimento das pernas. Seu filho nada?
- Nada sim, faz aulas aqui comigo.
José Maria ficou pensativo e percebeu que a estória se repetiria. Encheu os olhos de lágrimas e disse a Arthur:
- Não se preocupe, vou fazer de você um campeão como fizeram comigo.
- Poxa, que bom! Quem ajudou o senhor?
- Uma pessoa muito especial que acreditou em mim. E virando-se, viu Juliana entrar com algumas toalhas na mão.


Eglanen Nascimento
28/07/2006

sábado, 19 de dezembro de 2009

Superação - Parte II


Um dia pela manhã, horário que normalmente sua aula de natação começava, algo diferente aconteceu. Como de costume José Maria levava uma bolsa com alguns pertences para a aula: uma touca, um par de óculos de natação e uma toalha. Porém, neste dia, esqueceu seus óculos de natação e não podia nadar sem eles, pois o cloro da água irritava seus olhos. Procurou o professor para informar o problema e sabendo que ele estava de atestado, foi procurar seu substituto. Para espanto de José Maria, o professor substituto era uma linda jovem ruiva. Logo José Maria percebeu a alvura e suavidade de sua pele e o castanho claro de seus olhos. Não imaginava como uma figura tão encantadora poderia estar ali dando aulas para deficientes físicos. Ficou encantado e apenas despertou de seus pensamentos quando a moça veio ao seu encontro.
- Olá, precisa de ajuda?
- Sim, vim procurar o professor Diogo, mas me disseram que ele está de atestado.
- Estou substituindo ele. De que necessita?
- Esqueci meus óculos de natação e não posso ficar sem eles por que tenho alergia do cloro. Você não teria algum para me emprestar?
- Ah sim, claro que tenho! Vou pegá-lo e volto num minuto.
A professora deu as costas para José Maria e ele ficou observando-a pegar na gaveta da mesa os óculos.
- Aqui estão.
- Você ficará por muito tempo?
- Ainda não sei. Diogo ficará três meses afastado. Acho que ficarei esse período com vocês.
- Qual é seu nome?
- Juliana. E o seu?
- José Maria.
- Faz natação há muito tempo aqui?
- Há uns seis meses. Tenho um grande sonho de participar das paraolimpíadas.
- Que interessante. Daqui a quatro anos serão as paraolimpíadas. Por que não se escreve?
- Que isso, preciso de muito treino. Quando participar, não quero fazer feio.
- Posso te ajudar. Sou professora de educação física e como falta um tempo podemos conseguir.
- Os olhos de José Maria brilharam. Você pode me ajudar mesmo?
- Claro! Agora vamos, pois estamos atrasados para sua primeira aula rumo as paraolimpíadas.
O coração de José Maria batia emocionado. Não acreditava que tinha uma chance, mesmo que remota, de ser nadador profissional. Sentia também que seu coração começava a bater mais forte pela professora ruiva de olhos castanhos-claros.
A aula de natação foi um sucesso e nos dias que se seguiram José Maria e Juliana se entenderam muito bem, com a ajuda dela, ele foi aos poucos aprendendo as técnicas de natação para ser um futuro profissional.
Decorridos os três meses, Diogo retornou. Chegara a hora de Juliana deixar o Centro Esportivo e José Maria sentiu que não poderia permanecer ali sem ela. Ao fim de sua última aula com ela, José Maria criou coragem e disse, quando ela virou as costas para guardar o material de natação:
- Não vá, o tempo foi curto, acredito que ainda não estou pronto, preciso de mais treino.
- Diogo poderá ajudá-lo. Além do mais, não vou me mudar, podemos continuar a termos aulas especializadas em outro horário.
- Eu adoraria. Sabe Juliana, talvez você não entenda e nem me aceite, mas me apaixonei por você.
Juliana ficou espantada e sem reação. Ela considerava José Maria muito simpático, mas não havia notado que ele nutria sentimentos por ela.
- José, não sei o que dizer, bem eu...Não sei mesmo...
- Não se preocupe, eu já esperava isso e pode ter certeza que eu entendo.
- Não, não pense assim, não sou preconceituosa, admiro você e te considero uma pessoa maravilhosa, só que me pegou desprevenida.
- Você aceita namorar comigo Juliana?
Juliana ficou pensativa. Gostava de José Maria, ele era forte e decidido e ela precisava de alguém assim ao seu lado, então disse:
- Aceito.
- Como disse? Não entendi direito, você aceita?
- Aceito, não já disse! E Juliana abaixou-se e apoiou-se nos joelhos de José Maria e o beijou longamente. Afastou-se e disse:
- Agora precisamos dar duro nas aulas. Você faz fisioterapia?
- Não, eu ajudo minha família na Bahia, não sobra muito.
- Conseguirei para você umas sessões, quem sabe não volta a andar?
- Seria incrível! Bom, tenho que ir, ainda preciso ir ao trabalho.
- Claro, poderemos nos encontrar à noite no Bar da Vila, pois moro na Vila Mariana.
- Legal. Até mais Ju, à noite nos vemos. José Maria deu um beijo em Juliana e ambos tomaram seus rumos.
O encontro da noite se passou às mil maravilhas e o romance decolou. Juliana se alternava entre as aulas na academia à tarde e as sessões de fisioterapia e as aulas de natação de José Maria. Ele escrevera para a mãe contando a novidade do namoro e Dna. Cândida ficara muito feliz pelo filho. Disse que queria em breve, conhecer a nora.
Um ano e meio já havia passado e as expectativas iam aumentando. Um dia, durante a aula de natação, José Maria chamou a atenção de Juliana.
- Amor, olha aqui uma coisa.
- O que Zé? E virou-se para olhar o namorado. Levou um susto quando viu José Maria em pé, se apoiando na cadeira de rodas. – Não acredito! E correu e abraçou José. – Eu não disse que você poderia voltar a andar!
- Eu sei. Não estou andando ainda, mas sinto que logo logo conseguirei. Parece um sonho, pois desde criança vivo nessa cadeira de rodas. Eu devo tudo isso a você amor.
Juliana com os olhos cheios de lágrimas beijou José. Ele sentou-se de novo na cadeira.
- Você quer se casar comigo?
(Continua...)

sábado, 12 de dezembro de 2009

Superação - Parte I

José Maria Ferreira chegara enfim em casa. O dia tinha sido cansativo e para alguém na sua situação tudo se complicava ainda mais. José Maria sofrera um acidente de carro quando criança e perdera o movimento das pernas. Por esse motivo, se locomovia por meio de uma cadeira de rodas que ganhara com muita dificuldade, contando com a ajuda da população de seu pequeno bairro na cidade de Xique-Xique, Bahia.

Desde moleque José Maria gostava de água, e sempre que podia, ia com seus amigos tomar banho de rio. Seu maior sonho era o de se tornar nadador profissional e concorrer nas olimpíadas, mas a paralisia destruiu seu maior sonho. A família de José Maria sempre fora muito pobre e nunca teve condições de ajudar o filho que jamais desistira de realizar seu sonho. Após completar vinte anos, e com algumas economias guardadas pela família, José Maria se mudou para a cidade de São Paulo onde aprendeu a arte da taquigrafia e se tornou taquigrafo do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
Depois de três anos vivendo em São Paulo, a vida de José Maria estava indo bem e com o salário que recebia no tribunal, ajudava a família que ficara na Bahia. Nas oportunidades que tinha ia fazer aulas de natação no Centro Esportivo próximo a sua casa em Santo André. Ele morava sozinho em um apartamento e como lidara com as dificuldades de sua deficiência desde criança, sempre conseguiu se virar sozinho em casa. No entanto, José Maria se sentia só, pois desde que chegara a São Paulo, não havia encontrado nenhuma namorada que o aceitasse com seu problema. A mãe de José Maria, Dna. Cândida, nunca aceitou totalmente a ida do filho caçula para São Paulo. Acreditava ela, que ele não cuidaria de si direito e temia que sofresse frustrações em uma cidade grande. Já o pai, Sr. Gonçalo, acreditava que o filho tinha muita força e persistência e conseguiria realizar seu sonho de ser nadador. Enquanto a família na Bahia torcia por ele, José Maria prosseguia sua vida trabalhando no Tribunal e fazendo suas aulas de natação.
(Continua...)

Poesia...

A poesia é mais do que a reunião simples de palavras que exprimem o cotidiano, os sentimentos, a beleza, a natureza, a existência.
A poesia é a essência, é a harmonia que transcende a vida humana.
Eglanen Nascimento

Escritor de "mão cheia"

Um dia, peguei-me me perguntando o que sabia fazer, afinal, queria entrar para a faculdade, mas não tinha uma idéia exata do curso. Pensei que poderia fazer Jornalismo, pois, na escola, durante o ensino médio, meus professores de Português sempre elogiaram minhas redações e sempre tirei notas altas nas provas da disciplina. A partir disso, achei que sabia escrever bem, produzia vários poemas e contos e cheguei até a escrever um livro, diga-se de passagem. Mas não era só por isso que pensei em fazer esse curso, eu queria com meus textos denunciar a corrupção, mostrar a população que os políticos que nós elegemos estão aí, ganhando milhões enquanto estamos sem segurança, sem remédios e tantas outras coisas mais. Queria abrir os olhos das pessoas para as diferenças sociais. “Chocar” era o que eu sempre quis, pois quem sabe as pessoas não abririam os olhos e fariam alguma coisa por esse País e pelo resto do mundo também.

Prestei vestibular. Agora conheceria gente nova, veria coisas diferentes. Muito animado, comecei a faculdade, mas logo de cara, no primeiro semestre, não gostei muitos das disciplinas: aquele curso não era Jornalismo? Pra que Filosofia? E Sociologia então? O que é Metodologia Científica? Pra mim, a única matéria que podia se salvar era Psicologia da Comunicação. Amarrei-me no estudo do comportamento humano, nas teorias de Freud, no Behaviorismo e na Gestalt.
A coisa começou a melhorar a partir do segundo semestre, quando tive o primeiro contato com Técnicas de Reportagem e Fotografia I. Mas, se fosse só isso... “Teoria da Comunicação I”. O conteúdo era bom, o que não era nada boa era a professora, muita fechada, dava medo falar com ela. O tempo foi passando, chegou o terceiro semestre e não ia surgindo muitas novidades. No quarto semestre, a faculdade mudou de prédio, um prédio novinho e amplo. A mudança me pareceu legal e, agora, com laboratórios de rádio, tv e ilha de edição, o curso poderia ficar mais interessante.
O quarto semestre foi uma monotonia. Entrei em crise de identidade. Será que era isso mesmo? Não, não era Jornalismo. Deveria ter feito Direito, era isso. Eu tinha me enganado, não sabia escrever nada, essa era a verdade, principalmente porque o tal do “lide” me perseguia: “O que?”, “Como?”, “Onde?”, “Quem?”, “Por que?” e “Quando?” . “Tem que responder no mínimo quatro!”, era a recomendação dos professores de redação jornalística. Que tormento! Isso não era nada, a disciplina Sistemas de Informação era de matar qualquer um. O professor era gente boa, mas a matéria dele não me acrescentou nada e sempre achei que ele não ia muito com a minha cara.
Ah! O quinto semestre, desse eu gostei (mesmo não tendo saído da minha crise de identidade), as matérias eram atraentes, principalmente Ética e Radiojornalismo. Apaixonei-me por rádio, de uma hora pra outra me convenci que seria nesse veículo que iria trabalhar depois de formado, me via dentro do estúdio “interpretando” as matérias, mas meus textos nunca saiam muito bons e mesmo gostando do radiojornalismo, pensei em desistir e seguir carreira ligada à informática: webjornalismo. Meu professor de web sempre elogiou minhas matérias e um dia, no fim do semestre, disse que eu ia longe. Acreditei nele, pensei até em fazer meu produto de conclusão de curso um site de notícias, mas não levei a idéia adiante.
A partir daqui eu pensei que enlouqueceria. Meu Deus! Os trabalhos iam se multiplicando, os professores cobrando cada vez mais e meu tempo escasso, nossa! Pensei que não daria conta. (Obs.: Acredito que os professores acham que não trabalhamos, pois entopem a gente de trabalhos e ai de atrasar um dia a entrega!) Só que eu tenho que trabalhar para bancar a faculdade! Não tenho família rica, não dá pra abandonar o serviço e me dedicar totalmente à faculdade, se fosse assim, nunca terminaria o curso porque a mensalidade pode não ser a mais cara, mas que arranca o coro arranca! A partir do sétimo semestre foi pior ainda, pois tinha que estagiar (é obrigatório). E como conciliar isso com o trabalho o dia inteiro? Não é mole! E para piorar minha situação tive que começar a temível monografia! Vou falar sobre o quê? Eu não sei, são tantas coisas! É cheia de normas da tal ABNT, não pode isso, não pode aquilo! Todo mundo que me falou como foi, disse que não era fácil. Entrei em pânico! Comecei a pesquisar, a comprar livros disso, daquilo, e cheguei a um tema: “A reportagem investigativa no rádio”. A professora de rádio adorou, me disse que daria inúmeras dicas de bibliografias. Então, dei início ao TCC.
Aos trancos e barrancos conciliei os quatro: trabalho, estágio, faculdade e monografia. Estagiava de manhã, corria para o trabalho à tarde, depois rastejava para a faculdade à noite e tomava energético de madrugada. A minha crise de identidade ia e vinha e, às vezes, tinha vontade de largar a faculdade e começar algo novo e, outras vezes, refletia. Era melhor persistir porque poderia dar certo e minha opinião sobre mim poderia ser falha, afinal, eu escrevia bem na escola não escrevia?
Oitavo semestre. Enfim, concluí minha monografia, 100 páginas! Meu produto foi um programa de rádio com reportagens investigativas. Ainda bem que minha orientadora era prestativa, me deu aula desde o quinto semestre, tínhamos um relacionamento bom, ela sempre me auxiliava nas diversas dúvidas. Apresentei para a banca examinadora e minha nota foi 10, não podia ser outra, do tanto que me matei. Depois de tudo isso, estive pensando seriamente, minha crise passou e eu decidi: quando receber o diploma, daqui a uns meses, colocarei num quadro na parede da minha sala e começaria outro curso: “Estória”. Hoje, depois de tanto esforço entendo a importância da Sociologia e da Filosofia para o Jornalismo. No entanto, não vou seguir carreira jornalística, acho que “Estória” combina mais comigo!

Assinado: aspirante a “estoriador”
EN - Julho/2006

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Imagem é tudo!


É por isso que eu adoro comunicação, não é à toa que sou jornalista! Adorei a capa da revista Brasília Em Dia desta semana. Imagem é tudo mesmo!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Amar dói?!

Já ouvi dizer por ai que amar dói. Não me lembro quem disse ou comentou. Mas posso dizer com conhecimento de causa que amar não dói, o que dói mesmo é o quase, é a incerteza, é a ansiedade...o que dói mesmo é a ausência do ser amado, sem expectativas de encontro, de correspondência...Amar mesmo, não dói não, traz felicidade! EN

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Faces, de Eglanen Nascimento

De um lado existe um sentimento especial, uma amizade, carinho, cumplicidade... Do outro, porém, não existe nada mais além do silêncio, da carência que não é preenchida, de uma distância e frieza imaturas...

Uma face ri, a outra chora... A indecisão é permanente e a insanidade passa perto dela...

Dá saudade, angústia, inquietação. A verdade não é dita porque nem ao menos descoberta ela foi ainda e não é possível saber se ela existe, pois pode passar despercebida...

Uma demonstra saudade, e a outra? Piedade. Há uma pedra no meio do caminho precisando ser removida... Ela representa as lembranças que me mantém presa. Essa pedra é pesada e não foi por falta de tentativas que não foi retirada. Ela é tão fortemente impenetrável, que chego às vezes pensar que não há possibilidades de retirá-la... Seu peso é um fardo difícil de carregar...

Há tanto ainda o que viver, a vida é cheia de fronteiras a serem ultrapassadas. Ainda não sei que caminho trilhar...

Uma face minha exulta e acredita... Mas a outra obscura permanece na miserável indecisão... E reluta constantemente em ir à busca da tão sonhada libertação...

Nossa exuberante Amazônia!

Feliz Natal!

Natal, época de renovações, de expectativas e principalmente de agradecimentos. Pelo ano que termina, pelas bênçãos recebidas e pelas tribulações também, pois são por meio delas que nos tornamos mais fortes para enfrentar os anos que virão.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!!!